sexta-feira, 17 de junho de 2011

Médicos explicam estado de saúde de humorista Shaolin

Após 145 dias, o humorista teve alta, mas ainda não responde a comandos

Humorista está há 145 dias em coma depois de
sofrer um acidente de carro
O humorista Shaolin deixou o Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo, depois de ficar 145 dias internado. De acordo com a mulher do artista, Maria Laudicéia, apesar de voltar para casa, em Campina Grande, na Paraíba, o artista ainda não responde a comandos. O R7 conversou com médicos para entender porque Shaolin recebeu alta.

Segundo boletim informativo do Hospital das Clínicas, Shaolin deixou o quarto “em estado mínimo de consciência e clinicamente estável”, na sexta-feira (10). Gisele Sampaio Silva, médica assistente da Universidade Federal de São Paulo, explica que, após o coma, muitos pacientes evoluem para um estado vegetativo ou de consciência mínima.

- No estado vegetativo o paciente abre os olhos, mas não tem contato com o meio. Nesse estado, eles têm esse funcionamento de acordar e dormir, mas não recuperam a capacidade de interagir com o meio.
Ela disse que o estado de consciência mínima é um pouco mais evoluído que o vegetativo.

- O paciente pode ter algumas respostas rudimentares, como chorar quando vê a família, por exemplo. Mas não consegue se movimentar, não consegue se mover, ainda tem um contato muito limitado com o meio ambiente. 
A mulher de Shaolin contou ao R7 que ele responde a alguns estímulos, porém não responde a comandos.

Gisele explica que nesses casos, se o paciente não precisar de cuidados específicos do hospital, ele pode ser liberado para ir para casa. Sonia Brucki, vice-coordenadora do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, concorda e diz que, caso o paciente não precise ficar recebendo medicação no hospital e a família tenha condições de aceitar o doente em casa, o paciente pode ter alta.

- Acho que qualquer paciente que pode ser tratado em casa é melhor. Porque o ambiente do hospital é mais propício ao paciente pegar uma infecção, e as infecções hospitalares são mais graves. Além disso, ele estará em um ambiente mais sossegado, com a família.

Sônia diz que é importante, porém, que esse doente receba cuidados médicos. Entre eles, de um fisioterapeuta.

- A fisioterapia é essencial tanto para a parte respiratória, quanto para a mobilidade. Porque o paciente em coma não mexe as articulações, então você vai criando posições viciosas.

Ela diz que é importante frisar que, se a família tem condições de cuidar do paciente e ele não precisa de medicações pesadas, o melhor lugar é ficar em casa. Gisele Sampaio Silva lembra, porém, que levar o paciente para casa carrega uma carga emocional muito grande para a família.

- Teve uma família que falou: “Dra. eu tive que optar morar no hospital ou transformar a minha casa em um hospital”. Então é duro, não é uma decisão fácil.

Mas ressalta que, se a família tiver condição e vontade de levar o doente para casa, para o paciente é melhor.

Fonte: R7


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